Sônia Guerra Cardoso (Sonnia Guerra) graduou-se em Belas Artes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1981.
Em suas telas abstratas geométricas prepondera a emoção da cor na integração com a estrutura das formas, o que lhe permite materializar a construção idealizada.
A composição recebe das camadas espessas ou veladas um sutil sentido de profundidade, que envolve o espectador, propiciando-lhe vivenciar a pleno a mensagem da artista. Percebe-se harmonia no conjunto da obra, por intermédio das passagens graduais de tons, da saturação da cor às transparências.
Esse sentimento vem acompanhado de um senso de ordem, ambos transmitidos ora por imagens expressivas confinadas ao espaço da tela, ora pelos quadriláteros de cor soltos, como que flutuantes fora dela. É assim que Sonnia consegue transmitir uma imagem total.
Ao limitar as formas e restringir a quantidade de cores, ela multiplica – ao contrário do que se poderia esperar – as possibilidades de expressão de suas telas. Isso graças à sua capacidade de fazer flutuarem as massas de cor e de as fazer vibrar de uma forma que o espectador se torne atraído por essa ou aquela cor.
Mesmo assim, ao atingir a essência da simplicidade, obtém completa comunhão entre a geometria, a tinta e a tela, dando-lhes unidade.
Como fotógrafa, Sonnia mantém-se fiel aos abstratos e o faz com o feeling do clique, como nas suas inúmeras fotos das esculturas cinéticas de Daniel Wurtzel, propagador da expressão kinetics sculpture – autorizadas pelo autor – criando imagens a serem interpretadas pela percepção do observador, ora delicadas ora impactantes ora místicas.